A Oficina de Arte Mestre Joca, de Caraguatatuba, é a primeira do município a ser reconhecida como um ‘Ponto de Cultura’ pelo Ministério da Cultura. O anúncio foi feito nesta semana.
No ano passado, o artesão Jonatas de Campos Bueno, o Joca, já havia sido um dos contemplados na 5ª edição do Prêmio Culturas Populares – Leandro Gomes de Barros – promovido pela Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura.
Dos 200 selecionados, ele ficou na 35ª posição e recebeu R$ 10 mil, além de ser considerado mestre por manter vivo o patrimônio da cultura popular do País. O objetivo da premiação foi estimular uma das maiores riquezas, a cultura feita pelo povo do Brasil.
O artesão usa matérias-primas como folha de bananeira, fibras, embaúba, taboa, pandano, entre outros produtos para produzir chapéus, bolsas, acessórios, enfeites para confeccionar seus produtos.
Agora, tendo sua oficina reconhecida como Ponto da Cultura, Joca se diz satisfeito por ter o reconhecimento de um trabalho a qual se dedica de forma ininterrupta há 12 anos.
Além de artesão ele é professor do ofício e contabiliza ter ensinado para mais de 3 mil pessoas entre crianças, jovens e adultos. Atualmente, dá aula na Casa Beija-Flor para quase 200 alunos.
“Esse reconhecimento é muito importante porque agora posso conseguir com mais facilidade recursos dos governos estadual e federal para dar continuidade ao trabalho de difundir a cultura popular”.
A presidente da Fundacc – Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba, Silmara Mattiazzo, parabenizou o mestre e destacou a importância e orgulho de tal feito para o município de Caraguatatuba.
“Como presidente da Fundacc, estou muito feliz pela conquista e dizer que esse reconhecimento vai permitir a abertura de muitas parcerias”.
Na região, existem Pontos de Cultura em São Sebastião, São José dos Campos, São Luís do Paraitinga e Guaratinguetá.
Finalidade
Importante também destacar que Ponto de Cultura não é o lugar onde está instalado, mas para onde leva sua arte. “Para onde levar minha oficina lá será um ponto reconhecido”. Os Pontos de Cultura foram estabelecidos com base na Política Nacional de Cultura Viva criada conforme a lei 13.018 de 22 de julho de 2014.
Conforme a Lei, Pontos de Cultura são entidades jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, grupos ou coletivos sem constituição jurídica, de natureza ou finalidade cultural, que desenvolvam e articulem atividades culturais em suas comunidades.
Eles constituem elos entre a sociedade e o Estado, com o objetivo de desenvolver ações culturais sustentadas pelos princípios da autonomia, do protagonismo e da capacitação social das comunidades locais.
Para ser considerado um Ponto de Cultura, entre algums atribuições, é preciso potencializar iniciativas culturais já desenvolvidas por comunidades, grupos e redes de colaboração; promover, ampliar e garantir a criação e a produção artística e cultural; incentivar a preservação da cultura brasileira; estimular a exploração de espaços públicos e privados que possam ser disponibilizados para a ação cultural; aumentar a visibilidade das diversas iniciativas culturais; promover a diversidade cultural brasileira, garantindo diálogos interculturais.
Também é preciso assegurar a inclusão cultural da população idosa; contribuir para o fortalecimento da autonomia social das comunidades; promover o intercâmbio entre diferentes segmentos da comunidade; estimular a articulação das redes sociais e culturais e dessas com a educação; adotar princípios de gestão compartilhada entre atores culturais não governamentais e o Estado; fomentar as economias solidária e criativa; proteger o patrimônio cultural material e imaterial; e apoiar e incentivar manifestações culturais populares.